Você chegou! Parabéns! Esta será a última lição sobre escrever seu livro. Depois, farei um outro “mini curso”, sobre como vender o seu livro! Maravilha, né? =)
Mas vamos dar o ponto final em nosso livro. Vamos falar sobre revisar a história. Aqui não estou falando sobre passar para um revisor corrigir seus erros de português. A ideia é garantir que a sua estrutura e a sua história estão dentro das regrinhas que vimos em todas as nossas aulas.
Então tá. Você terminou de escrever. Que maravilha! Parabéns! Você já faz parte do grupo seleto de escritores que não só realmente sentaram para escrever como acabaram o livro! O primeiro passo, então, é deixar o seu original de lado por um mês. UM MÊS? Sim. Talvez você não resista e fique menos, mas eu diria que um mês está muito bom. Por que? Porque você precisa descansar seus olhos e se distanciar do texto antes de realmente revisá-lo.
E aí, quando você pegar seu livro de novo e ler, provavelmente vai reparar um monte de coisas! “esse personagem não tem profundidade!”, “Essa cena é inútil!”, etc. Acontece. Com todos nós. Então não se desespere. Siga as dicas a seguir para “corrigir” ou “melhorar” algumas partes importantes em qualquer narrativa. E aqui você precisa ser bastante honesto com você mesmo, se não vai ser difícil caminhar para uma melhora.
Muitas vezes nossa história parece ótima, tudo está se encaixando, mas quando olhamos de perto, vemos que seu herói está sendo carregado pelos acontecimentos, tudo é entregue na mão dele. Ele não tem uma motivação e seu objetivo não é claro para o leitor. Se isso estiver acontecendo, saiba que seu herói não é um herói. O que você precisa fazer? Responda às seguintes perguntas:
Essa aqui é mais para caso você esteja fazendo um roteiro, mas ainda assim vale para a literatura. Seus personagens não precisam explicar tudo o que está acontecendo através de diálogos. “Você é minha irmã, você deveria saber disso!” ou “Agora é diferente de quando eu era alguém importante… antes do acidente”. Coisas assim. Isso é ruim porque ninguém fala assim de verdade. As pessoas olham uma para a outra de um jeito significativo, ou pensam coisas assim, mas não falam assim. Há muitas coisas que ficam melhor quando elas são subentendidas no diálogo, na conversa. Seja sutil.
Outra coisa: mostre, não fale. Leitores aprendem mais sobre os personagens pelo que eles fazem do que pelo que eles falam. São as ações deles que farão a diferença.
Seu herói pode ser ótimo, líder, fodão, mas se o vilão é mais ou menos, seu herói ainda não conseguirá impressionar seus leitores. Quanto pior o vilão, melhor o herói. Muitas vezes o herói e o vilão são iguais em poder e habilidade, duas metades de uma mesma laranja, preto e branco, bom e mau. E assim, o desafio do herói deve parecer impossível, o vilão deve ter uma vantagem (ele está disposto a fazer tudo, afinal).
Uma boa trama não anda só pra frente, mas gira e se intensifica com o tempo. Ela precisa acelerar, ficar mais complexa, até chegar ao clímax. A cada momento, algo deve ser revelado dando mais significado para a história. Você precisa mostrar falhas, erros, traições, dúvidas, medos, do herói e com o herói. O vilão deve ter motivações obscuras que o herói desconhece. Quanto mais ele ataca, mais rápido e intensas as coisas precisam acontecer.
Uma boa história normalmente é como uma montanha russa de emoções. Cada página faz você sorrir, triste, animado, bravo, nervoso, frustrado, excitado. Independente se você está escrevendo uma aventura, um drama ou uma comédia, sua história precisa passar por essa montanha russa, para que seu leitor termine a viagem satisfeito. Se o seu livro tem apenas um tom, ele pode não ser tão interessante assim. Uma ideia é marcar as emoções usadas nos seus cartões de cenas e verificar se você está usando muitas ou poucas emoções em sua história.
Diálogos sem graça são exatamente isso: sem graça. Suas frases podem até ser realistas, dignas de um diálogo da vida real, mas longe de ser algo que as pessoas querem ler. Cada frase é uma oportunidade de revelar algo do seu personagem.
Outra coisa: cada personagem deve ter sua própria voz. Ainda mais em livros, em que não há uma pessoa, um sotaque, é importante que eles tenham um estilo próprio de falar, para que seu leitor não sinta que está sempre lendo a mesma pessoa falando.
Acontece de estarmos tão dentro de nossa história que não conseguimos ver seus problemas. Um problema comum é ter personagens que não crescem, não evoluem com o passar da história. Nessas horas é preciso se afastar, não se prender ao personagem que você quer que ele seja. Faça com que seus personagens voltem para o início de suas jornadas, a um momento em que eles ainda estão com problemas, com dificuldades. Seus leitores precisam acompanhar o crescimento deles. Se eles não crescem durante o livro, eles são apenas chatos.
Você escreve seu livro, está tudo maravilhoso, ou quase. Há um problema: há muitos personagens pequenos. Tantos que fica difícil para o leitor diferenciar todos eles. Isso acontece quando você não dá características o suficiente para eles. Então dê a eles alguma coisa que os diferencie. Mais uma vez: dê uma voz diferente para cada um, que fique marcado na cabeça do leitor, uma característica. Edward Cullen, por exemplo, tinha um “crooked smile”.
Ser primitivo é ser tão “simples” que um homem da caverna entenderia. Assuntos primitivos envolvem: sobrevivência, fome, sexo, medo da morte, proteger alguém querido, vingança. Quanto mais primitivo for o que move seu personagem, mais fácil será para seus leitores entenderem sua jornada e simpatizarem com ele. Porque seres humanos são assim. Então uma boa maneira de revisar seu livro é ler tudo e ver se seus personagens estão agindo como pessoas de verdade.
É isso! Acabei de te ensinar tudo o que eu usei para ganhar um prêmio antes mesmo de publicar meu livro. Agora é com você. Espero que as dicas te ajudem a chegar lá também! E fique ligado que em breve haverá também vídeos sobre como vender o seu livro e conseguir algum dinheirinho.