Citação em dissertação de mestrado do pesquisador Henrique Chaves Joncew, defendida da UFMG.
Trecho:
Os primeiros registros de gemas e atividade garimpeira nos pegmatitos de Minas Gerais remontam à ocupação portuguesa do Brasil. Nos séculos XVI e XVII, as Coroas Européias e grupos particulares financiaram campanhas de busca a recursos minerais no interior da América (Holanda, 2014). O mito do El Dorado, especialmente, atraía expedições rumo ao coração da Amazônia, e a descoberta de Potosí, na moderna Bolívia, pela Coroa Espanhola, reforçou entradas e bandeiras em direção àquele local.
Nesse panorama, a lenda indígena da Serra das Esmeraldas, supostamente situada no leste da Capitania do Espírito Santo, motivou incursões luso-brasileiras a desbravar o sertão, no afã de desvendar o análogo esmeraldino da cidade dourada dos chibchas (Reis, 2010). A bandeira de Fernão Dias Paes Leme localizou gemas nos vales dos Rios Doce, Mucuri e Jequitinhonha. Na Serra Resplandecente, hoje Serra do Cruzeiro, em Santa Maria do Suaçuí, foram encontradas pedras verdes (IBGE, 2015a). Todavia, o sucesso da descoberta no local, porém, durou apenas até a identificação dos minerais como turmalinas, que à época não tinham valor. O bandeirante faleceu antes de ser informado.
Reis, F.P., 2010. O imaginário metalista luso-brasileiro colonial: A Serra das Esmeraldas na segunda metade do século XVII. Cordis 3–4, 1–12. doi:10.1017/CBO9781107415324.004