Citação de minha monografia defendida na graduação na UFES em artigo publicado na obra entitulado Do açúcar ao ouro: um balanço sobre a economia colonial capixaba, de autoria do pesquisador Bruno Santos Conde.
Resumo:
Resumo: O presente trabalho objetiva expor algumas reflexões acerca dos primeiros séculos da presença dos portugueses no Espírito Santo, com especial atenção aos seus esforços para o estabelecimento de uma estrutura produtiva local. Trata-se de um período descrito como sendo de extrema penúria por praticamente toda a bibliografia do tema. Mesmo considerando a parcela de razão desses argumentos, o fato é que se faz necessária certa dose de prudência para o exame da questão. Nas próximas páginas haverá esforços para captar as alternâncias entre os bons e maus momentos locais no que tange à produção de riquezas. Além disso, serão analisados com maior minúcia alguns dos fatores que contribuíram para os momentos de declínio econômico da Capitania. Busca-se lançar possibilidades de interpretação sobre a economia colonial capixaba, realçando as especificidades da história local sem separá-la da dinâmica das demais capitanias.
Trecho:
As divergências quanto ao local e a data exata da descoberta do ouro estão ligadas ao fato do mesmo ter sido encontrado quase que simultaneamente em diversos pontos da região que atualmente corresponde ao Estado de Minas Gerais entre 1693 e 1695. Charles Boxer (1963, p. 50) aponta, por exemplo, que a descoberta do ouro de aluvião nos vales do Rio das Mortes e Rio Doce, ocorreu respectivamente num intervalo de tempo muito pequeno, entre 1693 e 1695. É muito difundida na bibliografia capixaba a figura de Rodrigues Arzão, bandeirante paulista que chegou a Vila de Vitória em 1693 trazendo consigo uma pequena quantidade ouro encontrada na futura região das minas (OLIVEIRA, 2008, p. 176). Mesmo conseguindo os mantimentos necessários, Arzão estava doente e não conseguiu voltar ao sertão.
Ainda assim, as diversas outras descobertas realizadas mais ou menos na mesma época já haviam selado o destino das regiões mais longínquas do interior do Espírito Santo. O fato é que as minas geraram diversas dificuldades para a administração local e para a Coroa. Apesar de pertencerem à capitania espírito-santense, as descobertas se encontravam muito distantes do litoral, impossibilitando uma efetiva autoridade da donataria sobre as mesmas. Partindo de São Vicente, Rio de Janeiro e Bahia se acessavam livremente as regiões auríferas (REIS, 2008, p. 24).
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REIS, Fabio Paiva. Conseqüências da descoberta do ouro na capitania do Espírito Santo. Monografia (Graduação) – Departamento de História, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2008.